A Feira de São Cristóvão – Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas (CMLGTN) , também chamada de Feira dos Nordestinos, celebra mais de sete décadas mantendo viva a cultura dos imigrantes que chegavam ao bairro da zona norte da capital fluminense. O pedaço mais nordestino no Rio de Janeiro completa 75 anos no dia 20 de setembro e as comemorações, seguindo as Regras de Ouro, começam neste domingo (20/09), que devem seguir até o final do ano com lives temáticas. Pela primeira vez na história do equipamento municipal uma mulher e ex-feirante é a gestora do local, Magna Fernandes fala do seu desafio.
“Sou paraibana e tenho muito orgulho. Parece que foi ontem que eu puxava lona e hoje estou como gestora. É um desafio diário, uma responsabilidade, que eu encaro de frente. Estamos no clima da reabertura e seguindo as Regras de Ouro da Prefeitura. Essa retomada e reabertura nos enche de orgulho e uma certeza: temos muito trabalho pela frente”, afirma a gestora municipal Magna Fernandes.
O pavilhão abriga cerca de 700 barracas com comida típica, ingredientes e temperos da culinária regional, artesanato e objetos do folclore nordestino.
“Para mim, 75 de feira são 75 anos de luta. Altos e baixos. Ontem era tabuleiro na rua. Já puxei muita lona. E aqui no pavilhão eu criei meus filhos com muito orgulho. Aqui é a minha segunda casa. E em meio a uma pandemia, estamos fazendo o aniversário da esperança. Uma batalha diário”, afirma a feirante Maria da Guia.
O espaço fica aberto ao público na sexta das 10h às 20h, no sábado das 10h às 22h e no domingo de 10h às 20h.
História da Feira de São Cristóvão
Os primeiros movimentos por ali começaram em 1945, quando retirantes chegavam ao Campo de São Cristóvão em caminhões, para trabalhar na construção civil. O fim da viagem e o reencontro com parentes e conterrâneos que já estavam no Rio eram comemorados com muita música e comida. Essa celebração informal deu origem à Feira, que permaneceu no entorno do Campo por 58 anos.
Nos anos 1960, foi construído, com projeto do arquiteto Sérgio Bernardes, o Pavilhão de São Cristóvão, que tinha o objetivo de abrigar exposições internacionais. Até o final dos anos 1980, o local recebeu importantes eventos, como o Salão do Automóvel e feiras industriais. Mas isso não afastou os comerciantes, e as barracas eram montadas e desmontadas todos os fins de semana.
Em 2003, o antigo pavilhão foi reformado pela Prefeitura e a Feira – já legalizada desde 1982 – começou a funcionar dentro do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. Os trabalhadores ganharam boxes de alvenaria e cobertura, no espaço de 34 mil metros quadrados. O local possui três palcos e cinco praças com nomes de artistas e cidades nordestinas. Uma estátua em tamanho natural de Luiz Gonzaga, “O Rei do Baião”, dá as boas-vindas a quem chega.
Em dezembro de 2008, a Prefeitura declarou o Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas Patrimônio Cultural dos Habitantes da Cidade do Rio de Janeiro, a fim de preservar o espaço e as características nordestinas ali representadas. Em 2010, uma lei federal tornou a Feira de São Cristóvão Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.
Serviço
75 anos de Feira de São Cristóvão
Onde: Feira de São Cristóvão. Campo de São Cristóvão, s/n. Bairro de São Cristóvão. Zona Norte do Rio de Janeiro.
Funcionamento: na sexta das 10h às 20h, no sábado das 10h às 22h e no domingo de 10h às 20h. Sábado e domingo R$5 a entrada.
Mais informações: 21 3860-1842 / https://www.