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“Invisíveis na Sociedade, Visíveis nos Dados: O Retrato da População Trans Negra no Brasil”

Jovanna Baby Idealizadora e Fundadora do Movimento Trans no Brasil

Estudo inovador do FONATRANS clama por políticas públicas que garantam direitos básicos e inclusão social para travestis e transexuais negras e negros

O Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FONATRANS) lança hoje o relatório “Travestilidades Negras”, um estudo pioneiro e inédito no Brasil que expõe a realidade da população trans negra no país. Com dados que abrangem aspectos como renda, educação, saúde e empregabilidade, o levantamento reflete as barreiras e vulnerabilidades que travestis e transexuais negras e negros enfrentam diariamente. Este é o primeiro estudo nacional a documentar de forma detalhada e contextualizada as necessidades desse grupo, que sofre discriminações específicas por raça e identidade de gênero.

“Essa pesquisa nos enche de orgulho, pois foi pensada e executada por pessoas trans pretas, a população mais aviltada e marginalizada no Brasil. Nossa população sofre com um apagamento histórico, praticado até pelo próprio movimento LGBT de modo geral, e enfrenta a exclusão em áreas fundamentais: não tem pleno acesso à educação, ao mercado de trabalho e aos serviços governamentais de assistência em nenhuma esfera. Essa pesquisa, portanto, traz dados científicos de extrema importância. Mais de 400 pessoas participaram como respondentes, e até hoje não existiam dados assim produzidos no Brasil por nenhuma instituição ou órgão público. Pela primeira vez na história do país, esses dados estão disponíveis para subsidiar a criação de políticas públicas que promovam inclusão, resgatem a cidadania e contribuam para construir um Brasil mais igualitário, transformador e menos opressor”, destaca Jovanna Cardoso da Silva, presidente do FONATRANS.

O estudo revela que 52,07% das pessoas trans negras abandonaram os estudos por falta de recursos financeiros, e 28,79% devido à transfobia. Na saúde, 20% relataram discriminação, o que limita o acesso ao atendimento médico. No campo econômico, 54,17% não possuem emprego formal, e 41% vivem com menos de um salário mínimo, o que intensifica a marginalização.

Com essa divulgação, o FONATRANS espera sensibilizar autoridades e sociedade para ações urgentes que garantam a inclusão social dessa população, cuja invisibilidade nos dados já não pode mais persistir.

Para mais informações e acesso ao relatório completo, entre em contato através dos e-mails fonatran@gmail.com ou projetos.fonatrans@hotmail.com, pelo Whatsapp (89) 99470-8399, ou pelas redes sociais @fonatrans.

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