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Mc Trans retifica seu nome e compartilha : “Sou mãe , mulher , funkeira, periférica… sou travesti ! Sou Ana Victória!”

Há anos tentando retificar o nome e gênero na certidão de nascimento, MC Trans finalmente realizou esse sonho de ser reconhecida no papel como Ana Vitória. Durante anos, a artista sofreu transfobia durante esse processo. “Eu já tinha passado muita descriminação pra trocar minha identidade. Tanto que tenho a mesma desde os 14 anos. Tentei sozinha com a ajuda de um grupo do Facebook que as meninas ensinavam como retificar”, diz Trans.

Depois de uma experiência frustrante com um advogado, a funkeira conheceu a advogada Angélica Pingnatari, que cuidou desse processo. “Ela me explicou que a retificação era barata e super simples e que faria por mim”, relembra.

Um dos documentos necessários para a retificação é o comprovante de endereço, mas onde Trans mora, no Paraisópolis, não tem, e a solução foi reconhecer firma do endereço, uma dica para todos que estiverem precisando. Porém, o preconceito mais uma vez atrapalhou o processo. “Fui muito maltratada no cartório. Falei para a moça que me atendeu que era a última coisa que faltava pra eu conseguir retificar meu nome e ela falou ‘ tá repreendido’ e disse que não tinha como fazer porque minha identidade tava vencida”.

Depois do episódio, MC Trans foi com a advogada Angélica Pingnatari para outro cartório, onde finalmente conseguiu realizar o sonho. “A mulher do cartório me perguntou se meu nome ia ser Ana Vitória mesmo porque meu nome de nascença iria deixar de existir. Passou um filme pela minha cabeça e eu chorei muito”, diz a artista.

Em um país com tanta transfobia, a história da artista não é exceção. “Os cartórios têm que respeitar a lei e se preparar para receber esse público. Leio vários relatos de pessoas reclamando que não são respeitadas. Se você não concorda com a retificação, problema seu, faz o seu trabalho e retifica. Você não pode atrapalhar!”.

“Quando você retifica seu nome, você é respeitada por quem você é, por quem você lutou pra ser e por um direito que nós conquistamos. Esse é um direito que muitas não estão vivas para poder aproveitar”, comenta Trans sobre a importância da retificação.

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