Comumente chamada de “a doença do século” a depressão continua atingindo números cada vez maiores. Dados da Organização Mundial da Saúde, a OMS, divulgados em agosto de 2018 mostra que o Brasil é o país mais afetado na América Latina, com 5,8% da população nessa condição. No mundo são mais de 322 milhões o número de casos.
A produtora de moda brasiliense Dai Schmidt, organizadora de eventos tradicionais no calendário da capital brasileira, foi uma das pacientes diagnosticadas no estágio profundo da doença, que é caracterizada pela alteração no humor, tristeza sem fim associada a sentimentos constantes de dor, baixa autoestima, entre outros sintomas.
“É horrível e enorme o sentimento de tristeza. Ainda não estou 100% recuperada, me pego com sentimentos ruins, tristeza profunda. Cada dia é uma luta, uma superação.” afirma Dai.
Antes de chegar ao estágio mais crítico da depressão, Dai vivia normalmente a rotina de produtora de moda: cumpria agenda, presença nos compromissos, dedicação para si mesmo e para a profissão. Tudo mudou quando, segundo ela, uma importante figura do alto escalão do governo do Distrito Federal a abalou psicologicamente.
“Tínhamos um contato e ele me fez um convite, que descobri ser irônico. Tive a pior das experiências que um ser humano pode sofrer: ter seus sentimentos usados de forma a criar um abalo emocional.” Diz Dai. A produtora não percebia, mas li começava sua luta interna decorrente de uma ilusão que mexeu com seus sentimentos.
A depressão é classificada como um transtorno psiquiátrico. Não tem distinção de idade, sexo ou outras características comuns a vida humana. Ou seja, qualquer indivíduo pode desenvolver a condição psíquica. Entre os fatores de risco estão os traumas físicos ou psicológicos, situação em que Dai figurava ao procurar ajuda.
Ela conta que precisou de um incentivo de uma amiga para procurar a ajuda necessária: “só percebi que estava no fundo do poço, digamos, quando uma amiga praticamente me deu um xeque-mate para procurar ajuda. Ali vi que minha situação estava preocupante.”. Geralmente os pacientes, em tal condição, buscam encontrar nos profissionais capacitados, geralmente psicólogos ou psicanalistas, algo que defina a sua situação e encerre a dor, a angústia, os sentimentos negativos, o que nem sempre acontece.
Infelizmente, ainda hoje, a depressão é vista como “preguiça”, “frescura” ou, até “egoísmo”. A ciência e saúde explicam, da melhor maneira, que esses julgamentos para a condição mental são totalmente infundados. Teste, relatos, tratamentos mostram que a depressão merece, sim atenção e tratamento qualificado.
“Tive a sorte de contar com uma amiga que identificou e se sensibilizou com a minha situação, mas penso em quem nunca terá uma luz, que assim considero, para buscar ajuda. Me sinto privilegiada e agradeço, diariamente, por encontrar o tratamento adequado e ter boas pessoas ao meu redor.” Acrescenta Schmidtt.
Simples palavras e gestos como um “eu te amo”, “você não está sozinho”, “vamos conversar” são de extrema importância para ajudar quem precisa de atenção e cuidado. As pessoas devem agir com cautela em relação ao que falam. Podemos observar uma pessoa sorrindo, trabalhando, realizando seus sonhos e isso transmite uma vida problemas, o que pode não ser verdade: “muitas vezes atrás do seu sorriso pode existir uma grande dor” finaliza Dai.